segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Ori, soldado cega do IDF


Ter nascido cega não impediu a soldado Ori de se alistar nas Forças de Defesa de Israel e ensinar a outros soldados os valores de igualdade e tolerância. 
Ori já tinha visitado a base onde está a servir, dois meses antes de ter vestido o uniforme pela primeira vez. "Fui à base para a estudar", explica. "A minha bengala só pode dizer-me onde estão os obstáculos - não me guia. Foi realmente frustrante. Estava calor, e tive que fazer as mesmas rotas uma e outra vez, tantas vezes até as decorar, mas o meu desejo de me alistar deu-me energias. Eu sempre insisti em ser independente na base, pois assim não precisaria de ajuda".
A soldado Ori nasceu cega, mas nunca deixou que isso a travasse. Frequentou uma escola secundária regular, fez os exames, fez viagens anuais com os seus colegas de turma e até participou numa viagem à Polónia. "Quando os outros me acompanham no meu dia a dia e constatam que não sinto pena de mim mesma, tratam-me do mesmo modo", diz ela.
Portanto, alistar-se no IDF com o resto dos seus colegas de turma foi natural para ela, e para todos os que a conheciam. "Os meus amigos alistaram-se no IDF e era óbvio para eles que eu me alistaria também. Eu vou ter um serviço regular como todos os outros", diz ela.
"Há pessoas que me disseram que eu poderia ter evitado facilmente servir e que não precisava me oferecer, mas não tenho dúvidas de que fiz o que é certo. Cresci com irmãos que eram soldados de combate, que nunca deixaram de falar sobre as suas experiências nas Forças de Defesa de Israel. Eu sempre quis alistar-me - para retribuir ao país e, ao mesmo tempo, para desenvolver a minha independência e a mim mesma. Eu sinto realmente que fiz o que é certo", diz ela.
"Alistei-me no sector da Educação. Vou dar aulas e liderar oficinas para soldados sobre valores". Os valores que são mais importantes para ela enfatizar são a igualdade e a tolerância. "Quando estava no ensino médio, participei num programa de rádio e só no final disse aos ouvintes que era cega. Desejo que, na vida real, como no rádio, conheçamos as pessoas de acordo com quem elas são, não conforme a aparência ou se usam uma bengala ou não".

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